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Acadêmica Elyane Lacerdda lançou dois novos livros

Foi lançado novo livro de poemas (Máscaras) e novo livro de contos (Isolamento e palavras)
event_noteTerça-feira, 15 de Novembro de 2022
A escritora e acadêmica, Elyane Lacerdda, lançou no dia 28 de outubro, na Biblioteca Municipal Raul de Leoni, dois novos livros, frutos de intensoo trabalho criativo durante a Pandemia.

Foram lançados os livro de poema "Máscaras" e o livro de contos "Isolamento e palavras".

As obras são marcada pelo momento mais dramático vivido pela humanidade neste século.




Publicado pela Editora Autografia, os livros podem ser adquiridos no site da escritora CLIQUE AQUI





Veja abaixo o Prefácio do livro "Mascaras" escrito pelo Acadêmico e atual Presidente da AVL, José Huguenin.


Em seu texto “Sobre a poesia” Vinicius de Moraes apresenta uma linda imagem sobre o que é poesia e como vê o trabalho de um(a) poeta. Ele lembra que de um monte de tijolos, um operário ergue uma casa seguindo as orientações de um construtor que por sua vez segue os cálculos de um engenheiro que viabiliza o sonho do projeto de um arquiteto. “Um monte de tijolos é um monte tijolos”, argumenta Vinicius, dizendo não haver beleza específica em um monte de tijolos. Mas casa... essa sim apresenta beleza... e aí ele define poesia. “Troquem-se tijolos por palavras, ponha-se o poeta, subjetivamente, na quádrupla função de arquiteto, engenheiro, construtor e operário, e aí tendes o que é poesia”.
Quando a poeta, confreira e amiga, Elyane Lacerdda me deu a grande honra de prefaciar “Máscaras”, seu novo livro de poesia, me veio à mente este texto de Vinicius pois sei o quanto Elyane é comprometida com a arte. Ela exerce essa função quádrupla, é disciplinada, tem a sua “fábrica” e admite no poema “Amando sem receio”: “Só ativo minha fábrica de poemas / Quando meus sentidos se estremecem”. Assume aqui a operária. Assume a construtora, engenheira e arquiteta que concebeu “a fábrica”, que é todo seu sentimento, seu ser, postos a serviço da criação de poemas. A poesia de Elyane é engajada com vida. Por exemplo, em “O nascimento de um poema” nos diz que “Quando escrevemos um poema / a dor já queimou nosso peito”
O amor é o gatilho para muitas criações, pois não concebe a vida sem amor. E povoa seus versos com uma intensidade que quase podemos tocar. É assim em “A pele morena”, e “Que loucura é essa?”. Em “Amar desmedidamente” Lacerdda sentencia: “Amar / Hoje / Agora / No ato de respirar”. Amar é uma “Necessidade fatal” e “Viver/Seguir/É preciso”. Sua poesia abraça os desejos, os queres, mas não se esquece que quando se ama, por vezes, há “Desencanto”. No poema “Eu tenho um sonho” o eu lírico quer “amar” e “lutar” e com isso nos diz que não devemos desistir do amor, desistir de nós.
A poeta é uma observadora apaixonada da vida. Por certo que o hoje, que é o tempo do(a)s poetas, está presente nesta obra desde o título. Quando o mundo atravessa uma pandemia, a poesia socorre aqueles para quem solidão é acentuada não só pela distância e desespero, mas pela privação do contato com o outro. Sorrisos se escondem por de trás de máscaras. Ficamos impedidos de ver rostos. O frio que sentimos em “Preciso” ela coloca dentro de uma garrafa-poema e lança ao mar, como náufraga de um tempo, o seu “Um poema para o futuro” onde aponta “O TERROR” da sua geração.
A escrita de Elyane Lacerdda, é rica também em formas. Multifacetada, a prosa poética, já experimentada em outros grandes livros como “Tecendo a vida” e “Eu e outras” também está presente em “Máscaras” nos textos “Amigo é coisa para se guardar”, em tocante homenagem à Vicente Melo, “Saudade”, onde as lembranças de épocas e pessoas ressoam dentro de nós, e “Quando terminar a quarentena” . Nesse último, em que pese o desespero, a poeta também nos deixa esperança e vaticina: “seremos MELHORES”. Oxalá ela esteja certa. O mundo precisa desesperadamente disso.
Um exemplo prático dessa necessidade é a crueldade humana que precisa ser transformada em amor ao próximo. Isso ficou evidente no caso do norte americano George Floyd. A humanista não passaria incólume por um episódio destes. Daí nasceu o poema “Não consigo respirar” que antes de começar apresenta um pedido de desculpas “George Floyd , sinto muito pela MALDADE HUMANA! A empatia é contagiante e mesmo a distância em tempo e espaço, me identifiquei: “Tenho a sensação de que / Não sobreviverei / Imploro por oxigênio... / Minha pela Negra sofre / Meus músculos se enfraquecem / Sua enorme COVARDIA...”.
A poesia de Elyane Lacerdda transborda em “Máscaras”. É intenso e nos absorve. Ele fala, sobre tudo da “Vida”, que é “Transformação / Mutação / Metamorfose em gestação / A vida / Início / Meio”.
Quando a vida “Dói / Corrói lembranças / Desespera / Despedaça sonhos” é preciso “Recomeçar”. A poesia de Elyane Lacerdda deixa sempre esse convite de recomeço. Podemos dizer que Elyane carrega consigo o sentido de poeta definido na frase final do texto “Sobre a poesia” de Vinicius de Moraes: “Seu único patrão é a própria vida: a vida dos homens em sua longa luta contra a natureza e contra si mesmos para se realizarem em amor e tranquilidade.”

Volta Redonda, junho de 2022

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