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Sobre ser membro de uma academia de letras

Presidente da AVL escreve artigo sobre a importância de uma academia de letras para uma cidade e o papel de seus membros. AVL lançou edital de eleição para 12 cadeiras vacantes.
event_noteDomingo, 24 de Julho de 2022
O Artigo está publicado na seção Artigos dos acadêmicos. Para baixar o PDF CLIQUE AQUI

O Edital para eleição de novos membros pode ser visto AQUI

Reproduzimos abaixo a íntegra do artigo.


Sobre ser membro de uma academia de letras

Por José Huguenin, Presidente da AVL (biênio 2022-2023)

A Academia Volta-redondense de Letras (AVL) acaba de lançar um edital de eleições para Membros efetivos no ano de 2022. As tantas e irreparáveis perdas que tivemos nos últimos dois anos pandêmicos, associadas a outras questões, uma delas a criação de novas cadeiras, faz com que nesta eleição tenhamos uma possível entrada de 12 novos acadêmicos, o que representa a maior renovação que a AVL terá experimentado desde sua fundação em 2005. Diante desse fato, uma pergunta pertinente a ser feita é: “Qual o significado de ser membro de uma academia de letras? O que representa ser um imortal?” Esse artigo se debruça sobre essa pergunta, mas não tem a pretensão de dar A RESPOSTA, pois não há só uma. Portanto, é um ponto de vista, pautado na minha militância dos últimos 7 anos e em tudo que tenho observado. Em particular, discuto o papel da AVL e sua missão.

A ORIGEM DA IMORTALIDADE

Em geral, membros de academias de letras recebem a denominação de “imortais”. Em artigo de dezembro de 2014 publicado no site da AVL (HUGUENIN, 2014) faço um breve histórico do termo “imortais”, trazendo a Academia francesa, capitaneada pelo poderoso Cardial Richelieu, como matriarca das academias de letras no mundo todo. A missão desta instituição literária era eternizar a língua francesa. Seus membros, por consequência, usufruíam dessa imortalidade. A Academia Brasileira de Letras, criada inspirada na Academie, é matriarca das academias de todo Brasil, e tem como missão eternizar a língua portuguesa (que desde 2009 com o acordo ortográfico é uma só) e a literatura brasileira. Os acadêmicos ganham esse direito de serem chamados imortais pois aceitam trabalhar para cumprir a missão da instituição: imortalizar a língua e a cultura.

Se ao ser eleita ou eleito para uma academia de letras uma escritora ou escritor ganha o direito de ser chamado de imortal, por um lado, por outro perde o direito de omitir-se frente aos desafios de divulgar a cultura em que esta academia está inserida, seja um país, um estado ou um município. Chego assim à AVL.


A MISSÃO DA AVL


Quando escritores e escritoras brasileiros, intelectuais e artistas em geral, se juntam para fundar uma academia em qualquer canto do Brasil estão assumindo para si a missão capitaneada por Machado de Assis, primeiro presidente da ABL, em 1897. Têm a missão de imortalizar a língua portuguesa através de sua obra, sua escrita e, também importante, sua ação. Em uma academia municipal, por assim dizer, a cultura local está no cerne da produção, retratando-se vivências, por mais universal que sejam as obras, carregamos ares e as influências, sendo testemunhas de um tempo em determinado lugar.

Em boa medida, imortalizar produções literárias e acadêmicas passa por registrar e divulgar, tornar acessíveis essas produções. Nesse sentido nos últimos anos a AVL criou veículos que permitem o registro e a divulgação de obras produzidas pelos acadêmicos e acadêmicas, pelas escritoras e os escritores de Volta Redonda e região. Podemos citar a criação do sítio internet da AVL (www.avl.org.br) onde textos e artigos dos acadêmicos são publicados. A AVL registrou-se como Editora e tem publicado obras (em sua maioria em formato eletrônico distribuído gratuitamente no site) que divulgam a escrita de Volta Redonda e do Sul Fluminense, seja em antologias de seus membros, antologias de textos premiamos no Prêmio Maria José Maldonado de Literatura, voltado apenas a autoras e autores da Região Sul Fluminense, entre outras ações.

Mais recentemente, em 2019, foi criada a Revista Arigó (RA), uma revista eletrônica com ISSN voltada à discussão da literatura de Volta Redonda e região. A RA publica textos literários de autoria de pessoas da Região Sul Fluminense, resenhas de obras produzidas na região, biografias de autores e autoras, além de artigos acadêmicos em geral sobre a Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. No final de 2019 também foi criada a Biblioteca da AVL (BAVL) cuja missão é constituir acervo que tem a pretensão de ter o máximo possível de livros de autores de Volta Redonda e Região Sul Fluminense já publicados. Esse acervo está sendo construído e está abrigado atualmente na Biblioteca Orlando Alvisi do GACEMSS, grande parceiro que abriga a sede provisória da AVL. Ele pode ser visitado e consultado por todos.

Em 2022 três projetos visam contribuir para registrar e divulgar a literatura produzida em Volta Redonda. O projeto Literatura de Volta Redonda, parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, ocorre mensalmente e divulga um/uma autor/autora com produção de material audiovisual a ser disponibilizado no Canal da AVL no Youtube. Em parceria com Centro Universitário UGB, será oferecido um curso de extensão sobre história e literatura de Volta Redonda. Por fim, o projeto Poesia de aço, parceria com o GACEMSS, que visa apresentar poetas da cidade do aço mensalmente.

Diante disso, pode vir a pergunta. O que faz um membro da AVL? É o que passaremos a discutir.

ATUAÇÃO DE MEMBROS DA AVL

Como pode ser visto, a AVL criou uma série de veículos e projetos para cumprir sua missão. Para tanto, precisa de membros ativos que contribuam com estas e outras frentes.
Ser membro da AVL não significa reunir-se para chás, embora a confraternização seja desejável e incentivada. Há uma série de atividades que seus membros podem fazer, até mesmo no isolamento típico de quem se dedica a escrever. Seguem algumas atividades que são muito demandadas.

1) A primeira ação que um membro pode fazer é continuar sua produção literária e acadêmica, escrevendo, e divulgando isso nos veículos da AVL, para registro.
2) Participação nas produções editoriais da AVL. Enviar textos para antologias e livros produzidos pela AVL. Atender às chamadas editoriais da academia.
3) Produção de conteúdo para a página da AVL. No site temos as seções “Textos escolhidos”, em que os acadêmicos publicam seus textos literários e acadêmicos e “Artigos dos acadêmicos” onde textos de opinião, resenhas, indicações e divulgações culturais são publicados. É muito importante que os membros além de divulgarem seus textos, analisem e divulguem obras de autores de Volta Redonda e da região.
4) Produção de conteúdos para a Revista Arigó. É fundamental a participação na revista com o envio de textos literários como poemas, contos, crônicas, artigos e resenhas sobre livros de autores locais. Os acadêmicos podem enviar também registros históricos do passado ou acontecimentos recentes.
5) Participação nos projetos. Ajudar a preparar conteúdo, ajudar a planejar e sugerir conteúdos, estar presente, na medida do possível, nas ações. São muitas frentes e o sucesso dos projetos passa pela integração dos acadêmicos.
6) Participar de comissões avaliadoras de concursos, ser revisor/revisora da Revista Arigó, são atividades vitais para essas ações.
7) Do ponto de vista mais burocrático, participar das Assembleias é uma obrigação estatutária, porém, em geral, são cerca duas assembleias no ano. É nas assembleias que o futuro da instituição é definido.
8) Contribuir de tempos em tempos com as demandas administrativas, participando da diretoria, conselho fiscal e comissões da AVL.
9) Contribuir com a realização de projetos de incentivo a leitura e escrita, inclusive na interação com escolas.
10) Promover diálogo entre a literatura e diferentes frentes culturais do município. Por exemplo, integração com teatro, música e outras formas de arte.

Por ser um número bonito, vamos parar nestes 10 pontos que já dão uma boa ideia do que um membro pode fazer para contribuir com a missão da AVL, mas não para aí. Trata-se, então, de grande responsabilidade e de vital importância para o desenvolvimento literário da cidade.

Nossa instituição foi agraciada em 2014 com o título de Utilidade Pública Municipal e leva muito a sério esse título, buscando fazer jus a ele. Eis o chamado para novos membros e uma reflexão para nós que já fazemos parte desta instituição.

* * *

Fontes Bibliográficas:

Huguenin, José.” A importância de uma academia de letras para uma cidade ou 10 anos da AVL”, Artigo de opinião, 2014. Disponível em
https://www.avl.org.br/artigos/a-importancia-de-uma-academia-de-letras-para-uma-cidade-ou-10-anos-da-avl-15

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